O SS America foi considerado por muito tempo como o
mais belo navio de bandeira americana que já cruzou os oceanos. Construído no
final da década de 30 em estaleiro no Estado da Virginia, iniciou seus serviços
de transporte de passageiros em 1940.
Foi um dos poucos navios da história naval mundial a ter
seu design interior criado por uma mulher, o que fazia com que fosse
extremamente confortável e com uma atmosfera única.
Seu batismo foi feito pela então primeira dama dos Estados
Unidos Eleanor Roosevelt.
Enquanto os Estados Unidos mantinham sua neutralidade nos
primeiros anos da Segunda Guerra, o SS America teve duas enormes bandeiras
americanas pintadas em seu casco, e continuou fazendo suas rotas normalmente,
apesar da crescente preocupação com as minas que flutuavam nas águas do Mar do
Norte. Para servir às mais de 1000 cabines do navio, contava com uma tripulação
de 643 pessoas.
Em 1941 foi descoberta uma grande rede de espionagem alemã
nos EUA que tinha integrantes dentro da tripulação do navio, os espiões que
passavam informações de posicionamentos a inimigos foram presos e o SS AMERICA
foi redesignado para apoio ao esforço de guerra norte americano, que necessitava
de embarcações para realizar transporte de tropas. Preocupada com as
vulnerabilidades descobertas pelo "Duquesne Spy Ring", a Marinha
interrompeu em Junho de 1941
a história
de sofisticação e glamour do SS America, que foi rebatizado como USS West
Point, e passou a fazer transporte de tropas. Para isto, foram instaladas
baterias anti-aéreas em seu convés, além de algumas outras alterações de
projeto, que incluíam uma nova pintura.
Durante
os 05 anos em que esteve a serviço dos militares, o navio transportou mais de
350.000 pessoas, tornando-se a embarcação que mais levou tropas durante toda a
Segunda Guerra Mundial. Além de soldados, o então USS West Point transportou
também voluntários da Cruz Vermelha, oficiais, crianças, civis, prisioneiros de
guerra e artistas para entreter as tropas no front. Ao final do conflito, participou
das alegres viagens de retorno das tropas que lutaram na Europa, conhecidas
como "Magic Carpet Voyages" ("Viagens no Tapete Mágico").
Depois da Guerra, o navio, agora novamente chamado de SS America continuou suas viagens de transporte de passageiros, com a mesma pompa anterior. No início da década de 50 outros navios americanos e ingleses de maior calado ofuscaram um pouco o brilho do passado, mas a segurança e conforto de suas viagens ainda tinham inúmeros fãs.
Durante esta última viagem, o American Star e o
Neftegaz 67 enfrentaram uma grande tempestade em pleno Atlântico ,
que acabou por romper os cabos de reboque. 6 tripulantes ucranianos foram a
bordo do American Star tentar reconectar os cabos, mas depois de alguns dias
foram resgatados por um helicóptero sem nada conseguir, voltando para casa sem
o navio. A única decisão possível foi deixar o American Star à deriva até que
afundasse ou encontrasse um banco de areia onde passaria o resto de seus dias.
O que não se esperava, entretanto, foi de que o
navio fosse acabar parando em uma ja belissima praia na ilha de FuerteVentura,
nas Canarias, onde encalhou em Janeiro de 1994 para descansar em sua última
morada .
Entre 1964 e 1980 o SS America foi comprado por outras
empresas, e rebatizado de Australis, a seguir novamente como SS America e
depois como Italis (quando uma das grandes chaminés foi retirada,
descaracterizando o navio), em alguns períodos com o merecido respeito de seus
proprietários e em outros não.
A década de 80 não foi boa para o SS America...Foi vendido
para funcionar como prisão flutuante em Beirute, e algum tempo depois destinado
a ser vendido para desmonte e "ferro-velho. A falta de pagamentos do
último comprador fez com que o navio não fosse desmontado, permanecendo sob
custódia em uma doca seca. Em 1993, finalmente sua sorte parecia mudar: e o SS
America, rebatizado então de American Star, foi vendido para funcionar como um
Hotel de Luxo flutuante na Ilha de Phuket na Tailândia. Apesar de anos sem uso
e da retirada de seus motores, seu casco permanecia em excelentes condições, e
o navio poderia ser rebocado até seu destino. Foi então que o rebocador
ucraniano Neftegaz 67 começou um reboque de quase 100 dias entre a Grécia e a
Tailândia.
Enquanto as discussões entre os armadores, empresas de
reboque e seguradoras foi acontecendo o navio foi permaneceu abandonado, com a
proa encalhada em um banco de areia, sujeito às marés e as fortes ondas que
quebravam em seu casco sobre o banco de areia, dividido em 2, inviabilizando um
possível resgate.
Em julho do mesmo ano, foi declarada perda total do navio e os destroços se transformaram em ruínas.