14 de abr. de 2015

SS AMERICA – A AGONIA DE UM GIGANTE





O SS America foi considerado por muito tempo como o mais belo navio de bandeira americana que já cruzou os oceanos. Construído no final da década de 30 em estaleiro no Estado da Virginia, iniciou seus serviços de transporte de passageiros em 1940. 


Foi um dos poucos navios da história naval mundial a ter seu design interior criado por uma mulher, o que fazia com que fosse extremamente confortável e com uma atmosfera única.



Seu batismo foi feito pela então primeira dama dos Estados Unidos Eleanor Roosevelt.




Enquanto os Estados Unidos mantinham sua neutralidade nos primeiros anos da Segunda Guerra, o SS America teve duas enormes bandeiras americanas pintadas em seu casco, e continuou fazendo suas rotas normalmente, apesar da crescente preocupação com as minas que flutuavam nas águas do Mar do Norte. Para servir às mais de 1000 cabines do navio, contava com uma tripulação de 643 pessoas.


  
Em 1941 foi descoberta uma grande rede de espionagem alemã nos EUA que tinha integrantes dentro da tripulação do navio, os espiões que passavam informações de posicionamentos a inimigos foram presos e o SS AMERICA foi redesignado para apoio ao esforço de guerra norte americano, que necessitava de embarcações para realizar transporte de tropas. Preocupada com as vulnerabilidades descobertas pelo "Duquesne Spy Ring", a Marinha interrompeu em Junho de 1941 a história de sofisticação e glamour do SS America, que foi rebatizado como USS West Point, e passou a fazer transporte de tropas. Para isto, foram instaladas baterias anti-aéreas em seu convés, além de algumas outras alterações de projeto, que incluíam uma nova pintura.





Durante os 05 anos em que esteve a serviço dos militares, o navio transportou mais de 350.000 pessoas, tornando-se a embarcação que mais levou tropas durante toda a Segunda Guerra Mundial. Além de soldados, o então USS West Point transportou também voluntários da Cruz Vermelha, oficiais, crianças, civis, prisioneiros de guerra e artistas para entreter as tropas no front. Ao final do conflito, participou das alegres viagens de retorno das tropas que lutaram na Europa, conhecidas como "Magic Carpet Voyages" ("Viagens no Tapete Mágico").





Depois da Guerra, o navio, agora novamente chamado de SS America continuou suas viagens de transporte de passageiros, com a mesma pompa anterior. No início da década de 50 outros navios americanos e ingleses de maior calado ofuscaram um pouco o brilho do passado, mas a segurança e conforto de suas viagens ainda tinham inúmeros fãs. 






Durante esta última viagem, o American Star e o Neftegaz 67 enfrentaram uma grande tempestade em pleno Atlântico, que acabou por romper os cabos de reboque. 6 tripulantes ucranianos foram a bordo do American Star tentar reconectar os cabos, mas depois de alguns dias foram resgatados por um helicóptero sem nada conseguir, voltando para casa sem o navio. A única decisão possível foi deixar o American Star à deriva até que afundasse ou encontrasse um banco de areia onde passaria o resto de seus dias.


O que não se esperava, entretanto, foi de que o navio fosse acabar parando em uma ja belissima praia na ilha de FuerteVentura, nas Canarias, onde encalhou em Janeiro de 1994 para descansar em sua última morada .



Entre 1964 e 1980 o SS America foi comprado por outras empresas, e rebatizado de Australis, a seguir novamente como SS America e depois como Italis (quando uma das grandes chaminés foi retirada, descaracterizando o navio), em alguns períodos com o merecido respeito de seus proprietários e em outros não.

A década de 80 não foi boa para o SS America...Foi vendido para funcionar como prisão flutuante em Beirute, e algum tempo depois destinado a ser vendido para desmonte e "ferro-velho. A falta de pagamentos do último comprador fez com que o navio não fosse desmontado, permanecendo sob custódia em uma doca seca. Em 1993, finalmente sua sorte parecia mudar: e o SS America, rebatizado então de American Star, foi vendido para funcionar como um Hotel de Luxo flutuante na Ilha de Phuket na Tailândia. Apesar de anos sem uso e da retirada de seus motores, seu casco permanecia em excelentes condições, e o navio poderia ser rebocado até seu destino. Foi então que o rebocador ucraniano Neftegaz 67 começou um reboque de quase 100 dias entre a Grécia e a Tailândia.




Enquanto as discussões entre os armadores, empresas de reboque e seguradoras foi acontecendo o navio foi permaneceu abandonado, com a proa encalhada em um banco de areia, sujeito às marés e as fortes ondas que quebravam em seu casco sobre o banco de areia, dividido em 2, inviabilizando um possível resgate.






Em julho do mesmo ano, foi declarada perda total do navio e os destroços se transformaram em ruínas.